quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Gosto de pessoas, preciso delas, não sei viver sozinha. Mas sou mimada, preciso quando eu quero. Sou egoísta, gosto de ver televisão sozinha, sem ninguém falando junto. Sou espaçosa, bagunço as minhas coisas. Preciso da solidão pra ler, pra olhar para o teto, pra tirar ponta dupla do cabelo, pra fazer as unhas, pra pensar em tudo, pra fazer nada. Preciso da solidão pra ser eu mesma. Pra fazer alongamento, rir de mim, chorar comigo. Não entendo como tem gente que não abre a janela em dias nublados. Eu adoro janelas abertas, esteja um dia lindo de sol ou um carregamento de nuvens cinzas. Tenho que sentir o ar que vem lá de fora, seja ele qual for. Com seu gosto, cheiro, textura. Falo algumas coisas esquisitas como essa, por exemplo, ar com textura. Conheço cores que ninguém conhece, vejo alguns filmes que grande parte da população acha tosco. Não gosto de deixar as coisas pela metade, mas já deixei alguns planos.

De vez em quando eu me repito. Às vezes coloco vírgulas em lugares errados. Tenho uma mania ordinária de corrigir as pessoas. Quando eu não sei como agir dou risada. Se eu não gosto de alguém fecho a cara. Não consigo fingir que tá tudo bem, quem faz isso pra mim é mestre - da falsidade. Sou radical ao extremo. E meu coração é mole. Mas até ele precisa ficar sozinho de vez em quando.

"Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar."
( Machado de Assis )

Nenhum comentário:

Postar um comentário